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segunda-feira, 30 de maio de 2005

Rosinha: Revolution Parte II 

1896?
É impressionante como nada, ou quase nada muda.
Por isso continuamos, cada vez mais, na cauda da Europa.
Para leitura...


" Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e
sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos
de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de
dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz
de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se
lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo,
enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da
sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, -
reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não
descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem
carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam
na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a
veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao
roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a
indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis
no Limoeiro (...)

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este
criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto
pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo
primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.

A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao
ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções,
incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e
pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao
outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo,
apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não
caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"

Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

terça-feira, 24 de maio de 2005

Revolution - The Beatles 

You say you want a revolution
Well, you know
We all want to change the world
You tell me that it's evolution
Well, you know
We all want to change the world
But when you talk about destruction
Don't you know that you can count me out
Don't you know it's gonna be all right
all right, all right

You say you got a real solution
Well, you know
We'd all love to see the plan
You ask me for a contribution
Well, you know
We're doing what we can
But when you want money
for people with minds that hate
All I can tell is brother you have to wait
Don't you know it's gonna be all right
all right, all right
Ah

ah, ah, ah, ah, ah...

You say you'll change the constitution
Well, you know
We all want to change your head
You tell me it's the institution
Well, you know
You better free you mind instead
But if you go carrying pictures of chairman Mao
You ain't going to make it with anyone anyhow
Don't you know it's gonna be all right
all right, all right
all right, all right, all right
all right, all right, all right



segunda-feira, 23 de maio de 2005

noite de GLÓRIA 



quinta-feira, 19 de maio de 2005

It's down to this
I've got to make this life make sense
Can anyone do what I've done
I missed life
I missed the colours of the world
Can anyone go where I am


'Cause now again
I've found myself
So far down,
away from the sun
That shines into the darkest place
I'm so far down, away from the sun again
Away from the sun again



Esta é de certeza uma noite para comemorar. Porque no fundo, a morte de alguém devia também ser como o nascimento de alguém,ou não? No fundo é o mesmo milagre de vida, quer seja um princípio ou um fim de vida. É então uma noite para comemorar. Mas neste momento, um dia depois de o meu avô morrer, e no dia do funeral, estou sozinha em casa. Os meus pais foram a casa do meu avô e eu devia estar a fazer a minha comemoraçãozinha. E estou. Estou em no meu quarto e vários cantos da casa me lembram as três semanas que o meu avô esteve aqui em casa há pouco tempo, antes de ir para o hospital. Tenho estado um pouco nervosa durante o dia, como agora. Faz parte desta comemoração, não é? E as lágrimas são de alegria, não são? Como o choro de um bebé assim foi o meu avô embora. Ou não foi embora. Ou está aqui a comemorar comigo. A vida, os choros, os sentimentos,as amizades, o amor, a filha, as mudanças, tudo está a comemorar comigo, não é? Gosto de pensar que agora está lá a fazer uma forcinha por todos nós onde quer que esteja ("lá em cima..."). Não me apercebi ainda muito bem. "You don't know what you've got until it's gone." E só com o tempo me vou aperceber. Aquelas pequenas faltas, os almoços de domingo, os telefonemas, o nome do avô num presente que terá que ser substituído por um passado. Everything goes and everything flows. Será que uns dão lugar a outros? O meu avô morre agora, o meu sobrinho nasce daqui a pouco tempo. Estou intrigada com estes mistérios todos. Mas dentro de mim há uma satisfação, creio que é de ver o meu avô, que ficou agora para sempre no jazigo ao pé da minha avó "Quero ficar ao lado da tua avó, para poder dar-lhe a mão". Os dois para sempre, e finalmente, e eternamente juntos. Ouço o meu avô a rir-se, aliás, vejo bem o meu avô a rir-se. E tenho medo que parte das memórias se venham a esvair no tempo como tantas vezes acontece. Apetece recordar num qualquer registo memográfico na minha cabeça todos aqueles cheiros "Colónia de Lavanda!", todos aqueles risos, todas aquelas permanentes e incessantes anedotas que contava, o timbre da voz, a cor dos olhos (mas qual era a cor exactamente afinal...??? ""You don't know what you've got until it's gone!!!"), a maneira como me cumprimentava, a maneira como me chamava a mim, a única neta filha da única filha ("Oh netaaa"), tudo tudo tudo tudo não quero agora escrever. Não quero! Não quero!! NÃO quero!! NÃO QUERO!! Quero recordar, quero acima de tudo estar aqui por todos nós que ficámos cá. E principalmente pela minha mãe ("Oh joana, agora tens uns pais orfãos!!") :) . Dói-me a cabeça, dói-me o corpo. Estou cansada. É da minha pequena comemoração extenuante, com certeza. O dia 19 de Maio passou. Mais um no calendário deste ano. Tantas pessoas estão agora a comemorar como eu, não acham? Acho que todas elas olham agora uma nova estrela que se vou formou no céu a meio do dia de ontem. Não viram? Apareceu! Não repararam? Iluminou-se! Não vêem??! Está a brilhar!!! Não percebem...? Vai brilhar agora sempre dentro de mim e dentro de quem o conheceu. Vou embora. Os meus pais devem estar a chegar. Em frente à minha mãe tenho que ter o sorriso preparado, e disparates preparados!! Como acham que fiz a minha mãe parar um pouco de chorar esta tarde na capela da Basílica da Estrela?? "Oh mãe... não te preocpues que eu logo à noite até ponho a mesa e posso fazer o jantar!" A minha mãe animou-se. Eheh.
"In the arms of the angel... may you find... some comfort"
Dizia uma grande amiga minha que quando me sentir triste, Jesus está a meu lado. Como sabem... não sou católica. Quero no entanto que ela reze pelo meu avô. E quanto a quem está a meu lado.... Tenho-vos a todos vocês a meu lado, sempre. :)
Now my dear friends, I'm going to watch my new guiding star. Take a look at the black sky tonight. It's pure gold.....

quarta-feira, 18 de maio de 2005

Duas horas numa sala de espera na Segurança Social deram para descobrir um pequeno excerto de um texto do jornal do Metro (assinado pelo próprio Metro):

«[...] com base em dados de 2002 do Ministério do Trabalho, revela que as mulheres portuguesas com maior escolaridade e qualificação profissional ganham pouco mais de metade do que os homens, nas mesmas circunstâncias, concluindo que as desigualdades de remunerações entre o sexo feminino e masculino aumentam.»

domingo, 15 de maio de 2005

A última vez que escrevi aqui no blog faz amanhã um mês!O tempo, aquele que a nossa Mariazinha falou, não tem sido muito, a correria de final de semestre já começou, não tenho estado muito parada aqui por casa, nem sentada à frente deste computador com vontade para escrever!
Estou feliz, o sol e o ventinho fresco deste domingo entram pela minha janela, e cada vez mais me sinto obrigada a começar a ter de estudar, embora não me apeteça nada!! Apetecia-me ir à praia (ainda não fui este ano - Maria, quero ir viver para a Costa!!!), ir ao Castelo, e ah!! Quero ir ao aqueduto na próxima quarta feira, dia 18!! A próxima quarta feira é o Dia Internacional dos Museus, e a obra do século XVIII volta a oferecer visitas guiadas!! Depois de mais um trabalho de grupo nesse dia, quero ver se passo pelo aqueduto e depois vou para casa ver a final da Taça UEFA. Não sou Sportinguista, aliás, não tenho clube, mas vou estar a torcer pelas cores de Portugal no próximo dia 18. O futebol é uma febre nos nossos dias, não acham...?
Tenho saudades de nos ver a todos reunidos... Beijo fresco***

sexta-feira, 13 de maio de 2005

tempo 

Temos tempo.
Este tempo para viver, para ser.
Cada pessoa é dona do seu tempo.
Temos o tempo para responder a exigências, a responsabilidades, tempo para a aprendizagem, para as viagens, para a amizade, para vermos o nascer do sol, para acordarmos ensonados, para cozinhar, para conhecer, para perguntar direcções na rua, para pensar, para escrever, ler. Para ir para jardins, para andar de bicicleta (com um cesto à frente!). Para pintar, para desenhar, para dormir, para sorrir. Para projectar mais tempo.

Desculpem não ter usado um pouco do meu tempo para vos vir aqui escrever mais, mas trago-vos sempre comigo nestes meus compassos...

tenho saudades.
como estão as clarinhas? :)
um beijinho grande de cidade grande e país enorme e mundo mundo por perto.


segunda-feira, 2 de maio de 2005

Acordei de manhã bem cedo e pensei: "Hoje é um dia bom para ir de cerejas!" tomei uma banhoca refrescante, e tirei do meu armário a minha camisa com cerejinhas cuidadosamente passada a ferro... Quando cheguei a casa dos meus avós recebi uma notícia que me deixou triste: a doença que o meu avô tem, é um bocadinho mais complicada do que ele nos fez crer.
Continuou calor, e continuei com cerejas desenhadas à volta do meu corpo... e com a certeza de que tenho aprendido é aproveitado muito com meus avós.
Carinho, dedicação, sabedoria, cultura, livros e óperas maravilhosos, nomes de plantas ou animais, cursos de cinema, histórias antigas e músicas de embalar, passeios e idas à praia, torradas com doce de morango e manteiga, o chá das cinco forte de mais para ser bebido sem leite, conversas e discusões sobre arte, história, música, literatura, dança, cinema, aprendi também a dar valor à famíla e aos momentos passados. Fico grata por tudo isto, mas especialmente pela sua grande presença e por todo o apoio que me têm dado.
Está quase a chegar o tempo das cerejas...

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