domingo, 30 de maio de 2004
o meu pé
E já lá vão doze dias... Continuo a acordar devagarinho e a poisar o pé no chão. Com algum receio tento levantar-me. Ainda não há força suficiente para andar...
conversas entre mim e a minha irmã
«Ontem tava a ver televisão e só tava a ouvir barulhos... pareciam tiros! Depois apareceu na tv o homenzinho com o rock in rio de fundo a dizer que o Paul McCartney tinha acabado o concerto e tinha oferecido um enorme fogo de artifício, e eu vi na televisão um foguete assim: PUM PUM PUM PUM, e passado 1 ou 2 segundos ouvi aqueles barulhos a fazerem PUM PUM PUM PUM!»
«Ah, então o que ouviste eram os foguetes que tavam com atrazo!»
«Sim, por causa da velocidade do som...»
«Ah, quer dizer que na tv já tava com atrazo, e quando o som chegou aqui ainda tava com mais atrazo!!»
«Sim!»
«Xi, que atrazo de vida!...»
sábado, 29 de maio de 2004
Fumar mata
sexta-feira, 28 de maio de 2004
que cena...
Ontem aconteceu-me daqulas coisas que muitas vezes pensamos "no que faríamos se isto acontecesse...?"
Ora então foi assim:
Estava eu muito bem no autocarro, prontinha para ir para casa estudar matemática (tinha teste hoje), quando o senhor à minha frente me diz "olha, tens o telemóvel no chão...". Peguei nele... não era o meu telemóvel (Um NOKIA?? Quem me conhece bem sabe que eu detesto NOKIAs =P). Pensei em ir entregá-lo ao motorista, mas como uma vez que tinha entregue uma carteira perdida (bem pesada!), o homenzinho tinha ficado a ver se tinha dinheiro, achei que provavelmente o telemóvel regressaria ao dono mais depressa se fosse por mim do que pela CARRIS S.A.. Então precorri a lista à procura de um nome tipo pai, ou mãe, ou algo assim. Só encontrei a AMIGA. Pensei em telefonar-lhe a partir do dito assim que chegasse a casa... mas ela foi mais rápida que eu!
-«Tou?...»
-«Tou???»
-«Sim, tou... quem fala?»
-«É que eu encontrei este telemóvel aqui no autocarro... er...»
-«Er...»
-«Como é que eu posso devolve-lo ao dono?»
-«Er... isso é da minha amiga.»
-«Pois, isso eu percebi...»
-«Ah, então o melhor é combinarmos para me dares o telemóvel... onde é que te dá mais jeito?»
-«Er... não sei, pode ser na Praça do Chile...conheces?»
-«Humm, pera, vou ver..... ah, ok, pode ser, mas eu não posso ir buscá-lo agora...»
-«Ok, combina-se uma hora em frente ao Select... que tal às 14.15, daqui a uma hora?»
-«Ah, pode ser... então até logo.»
Biiippp... nem obrigada por ter ficado com ele nem nada!
Fui eu para casa, almocei e às horas combinadas tava eu a sair de casa quando oiço um toque foleiro de um telemóvel... «Ah, afinal não posso ir aí agora, mas um amigo meu que está de carro vai aí buscá-lo...» Quando? «Agora mesmo! xauzinho»
Lá fui eu para a Praça... entretanto ligaram-me mais 3 pessoas: o primo, a irmã e outra amiga. Estive lá à espera 45 min e nada, ninguem passou a perguntar por alguem que tinha um telemóvel... Ligou-me, finalmente, a dona do telemóvel!
-«Tou? Ah, eu sou a Mila, a dona do telemóvel... tás à espera de alguém, n é? olha, é que a minha amiga ia só agora sair de casa... portanto, se pudesses vir agora a Telheiras entregar-me o telemóvel...»
-«Como??? Eu tenho de estudar, não me dá muito jeito...»
-«Sim, mas eu tenho de trabalhar... anda lá, são só 3 estaçoes de metro (uma ova!!), eu depois dou-te 1 euro pelo bilhete...»
-«não é isso... eu até tenho passe... mas é que não me dá muito jeito»
-«Ah, vem lá... é que eu também não posso mesmo!»
-«Pronto, ok, então vou entrar no metro.. como te encontro?»
PATATI PATATA
Lembrei-me que tinha saído de casa sem o MEU telemóvel e sem o passe. Fui a casa... a Joana e a Sara já estavam em pânico porque não sabiam onde eu estava... já tinha passado 1a hora desde que eu saira de casa.
TÁS LOUCA??? IR ATÉ TELHEIRAS ENTREGAR ESSA M***A?? AFINAL QUEM É QUE SÃO OS INTERESSADOS??
Realmente ela tinha razão... não sei o que me deu para dizer que sim =P
telefonei para um nº de onde me tinham ligado... era um nº de uma empresa... "posso falar com a mila??, conversa, explicação, não? hummm....... (músiquinha)... Ah!! É que não psso ir aí agora... não, tenho de tomar conta do meu primo... Arroios... Morais Soares... não, é uma paralela...........não, mas olha, tá quase a ficar sem bateria.... sim: 918823772..... ah, ok!"
Só vejo a minha irmã e a Sara a fazerm gestos quase revoltados!! "VÊ LÁ SE TAMBÉM NÃO LHE QUERIAS DAR O Nº DO B.I.!!"
Então pronto, ela disse que ia ver se podia passar por aqui, e depois ligava-me. Fixe!
Depois lá me disse que a irmã tinha entrado no metro e tava a 5 min dali. Lá fui eu... encontrei-a
-«desculpe... é do telemóvel?»
-«sim sim, é da minha irmã... prontos, então ok! adeus»
NEM UM "OBRIGADA, AINDA BEM QUE O ENCONTROU!"
Eu ainda com esperanças que o dono fosse um gajo mta giro que me ia ficar inteiramente grato por lhe devolver o seu precioso objecto, quando afinal me sai uma Cabo Verdiana burrinha e mal agradecida... ai ai! Não, não é racismo,é realiade pura.
Com isto tudo perdi quase uma tarde inteira de estudo de matemática...
Hoje o teste até me correu melhor do que esperava! =)
Domingo EU VOU! Mais alguém vai?
Beijinhos a correr para uma explicação de Química (teste 2a de manhã!)
Não esquecer: Para a próxima fico com ele! =P
terça-feira, 25 de maio de 2004
2004
será que podemos ligar a televisão ou ler um jornal sem a injecção de palavras como selecção, rock in rio e gelsenkirchen??
segunda-feira, 24 de maio de 2004
Após 99 postas de partilha, tínhamos de comemorar!
"foi só mais um dia mau!"
olarilolelas!
Hoje tive um bocado em baixo... de manhãzinha, logo à primeira hora da manhã, recebi o teste de DGDB, tive 19. não foi mesmo nada mau, comparado com as restantes notas da turma! A professora disse que ia fazer um teste de recuperação, e como eu, injustamente, no 2º periodo não tinha tido o 20, perguntei se tb podia fazer, desta vez para ter mesmo o 20 na pauta (o meu objectivo quando escolhi DGD). "Rosa, estás a gozar com a minha cara, não??" disse a professora, e logo a seguir caíu-me a turma toda em cima...uma revolta, foi o que se instalou só pela minha pergunta! Senti-me tão mal... mas também mesmo assim, senti-me com o direito de fazer o tal teste! porque não? se os outros querem subir, porque razão não posso eu tentar subir também?? a stora proibíu-me de fazer o teste. Tirou-me esse direito como aluna.
Vá, agora caiam também em cima de mim, digam lá que eu fui muita egoísta em querer fazer o teste...
Fiquei o dia todo quase a esconder-me do resto da turma... não tive coragem para os enfrentar cada vez que me perguntavam, com um ar de gozo "então rosa, querias fazer o teste??? :S"
Quero deixar aqui os parabéns a.... tchanananan.... METRO! Tem se tornado um serviço extremamente útil, não só pela sua utilidade, rapidez, mas também pela sua simplicidade de linhas e indicações (por vezes não tanto) e pelas suas estações!! já tive a oportunidade de sair em duas novas estações... sim senhor, parabéns! daquilo não deve haver muito por aí. Agora só estou há espera que abram a nova ligação entre Alameda-Saldanha-S.Sebastião, e que comecem as obras Rato-Estrela-Lapa-Alcântara (esta última está a ser pensada, mas tem algumas complicações, pois há um bolhão de água...). E já agora remodelarem as estações de Arroios, Anjos, Intendente e Avenida (Roma e Alvalade já estão a ser). Uma das principais razoes pela remodelação das estações da linha verde é para alargar a plataforma, para poderem caber 4 carruagens de cada vez (como nas outras linhas, excepto a azul por causa da Avenida) em vez das habituais 3. Ou seja, mais carruagens, mais comodidade, mais pessoas de novas zonas de lisboa, mas facilidade de mobilidade! Já não há desculpa para não sairem de casa!
Só uma pequena pergunta, se alguém me souber responder... Por que razão as linhas têm um nome (tipo linha girassol, gaivota, oriente, caravela) e a própria empresa do metro, quando dá as indicações dentro e fora do metro, fala por cores, como se fossemos miúdos de 5 anos? para isso nunca deviam ter atribuído nomes às linhas.
E prontoSSSS! Já chega de filosofias...
Beijoca laroca
olá meninas:) que saudades que eu tenho de todas vocês:)
Há muito tempo que não escrevia aqui no nosso blog,tenho visto o que todas têm deixado e tenho adorado as imagens e estórias de todas vocês! Estou há mais de duas semanas em casa e como devem calcular é uma alegria imensa clicar no nosso site e ter acesso a um pouco de vocês:) Têm que me ensinar a pôr imagens no blog para eu depois ilustrar como vocês a nossa página!!
Estou cansada de estar em casa, os dias parece que não passam, as noites parecem que nunca mais vão acabar, e os minutos arrastam-se até se tornarem apenas uma infinidade de eternos segundos. A verdade é que eu até tenho coisas para fazer,mas estou sem vontade para nada. Faltam duas semanas para a acabar as aulas e eu estou a ver que nunca mais vou pôr os pés do liceu para me poder despedir convenientemente de 6 anos da minha vida. Não posso ter visitas, bendita tecnologia :))
Mas vendo pelo lado positivo...já estou a meio da minha estadia em casa, daqui a pouco já poderei passear pelas ruas e avenidas de Lisboa e descansar num banco de jardim! Não vejo a hora para esses momentos chegarem...
Um grande abraço para todas as clarinhas (beijos não..... posso contagiar!!lol) ;)***
Há muito tempo que não escrevia aqui no nosso blog,tenho visto o que todas têm deixado e tenho adorado as imagens e estórias de todas vocês! Estou há mais de duas semanas em casa e como devem calcular é uma alegria imensa clicar no nosso site e ter acesso a um pouco de vocês:) Têm que me ensinar a pôr imagens no blog para eu depois ilustrar como vocês a nossa página!!
Estou cansada de estar em casa, os dias parece que não passam, as noites parecem que nunca mais vão acabar, e os minutos arrastam-se até se tornarem apenas uma infinidade de eternos segundos. A verdade é que eu até tenho coisas para fazer,mas estou sem vontade para nada. Faltam duas semanas para a acabar as aulas e eu estou a ver que nunca mais vou pôr os pés do liceu para me poder despedir convenientemente de 6 anos da minha vida. Não posso ter visitas, bendita tecnologia :))
Mas vendo pelo lado positivo...já estou a meio da minha estadia em casa, daqui a pouco já poderei passear pelas ruas e avenidas de Lisboa e descansar num banco de jardim! Não vejo a hora para esses momentos chegarem...
Um grande abraço para todas as clarinhas (beijos não..... posso contagiar!!lol) ;)***
domingo, 23 de maio de 2004
a viagem aos açores
:) hoje aprendi a pôr fotografias minhas aqui no blog, e então decidi partilhar convosco estas que aqui tinha da minha viagem aos açores, nas férias da páscoa...! É uma terra lindíssima...
um beijinho do verdinho da ilha de S.Miguel a voar até vocês...
um beijinho do verdinho da ilha de S.Miguel a voar até vocês...
vaquinhas a pastar...
os acores!
ai maria!!!
para ver como tinhas posto a imagem da maria, ia carregar no view, e sem querer carreguei no delete!! ai ai, n me mates!
se quizeres posso po-la de novo, e com tamanho real.
estive agora a ver as minhas casinhas, com o pormenor da minha árvore (pera abacate) em fotografia vista de cima =D
mapa
basta ir seleccionando a zona e depois carregar no símbolozinho de fotografia!
beijinhos
para ver como tinhas posto a imagem da maria, ia carregar no view, e sem querer carreguei no delete!! ai ai, n me mates!
se quizeres posso po-la de novo, e com tamanho real.
estive agora a ver as minhas casinhas, com o pormenor da minha árvore (pera abacate) em fotografia vista de cima =D
mapa
basta ir seleccionando a zona e depois carregar no símbolozinho de fotografia!
beijinhos
De tudo um pouco
Ahgggghh!!!! o nosso blog foi divulgado!!!!!!!!!!!! e agora?? Mas com a quantidade de pessoal que por lá passa, deve ser difícil descobrirem aquilo (espero eu!!)
Maria Lua, gostei muito da tua imagem do M.C.Escher... aliás, eu tenho um certo fanatismo pelas suas litografias, sou capaz de ficar horas e horas a observá-las! =)
Adorei a maratona fotográfica!! Nunca tinha participado... fiquei fascinada ;)
Percorremos lisboa de umas pontas a outras, andámos a pé por escadinhas e ruelas, cansámos-nos, atrofiámos, aprendemos, vimos de tudo um pouco, stressámos, enganámos-nos desesperámos à procura daquela imagem perfeita, encontrámos gente conhecida, gente não tão bem conhecida, gente que conheciamos de qalgum lado mas não sabiamos de onde, crianças de cara suja a brincarem curiosas à meia noite em alfama, pessoas com alguma estória que queriam partilhar, ...enfim...divertimos-nos!
Foi mesmo uma experiência que decerto irei repetir ;)
Não vi o tão falado "casamento real". Não me imporeti nada... Imagino mesmo as pessoas em casa a comentarem umas com as outras os vestidos daquela e da outra, e quão mal ia aquele, ´só com dores de cotovelo. ...ai ai... são realidades tão diferentes!
Ainda não fui ver o Kill Bill v.2 do meu tarantinozinho... nem parece meu!
Uma rodada de beijinhos
P.S.: 98.1 FM - Marginal. Tem alturas em que passa música da boa! Outras não.
P.P.S.: As melhoras para o teu pézinho, maria.
P.P.P.S.: Para ti também, joaninha, mas no geral.
filmes
Esta vida de andar de pé estendido a ler e a ver filmes não é assim tão má :) Envio-vos o nome de alguns dos meus filmes favoritos... Se um dia vos apetecer dar uma olhadela...
Amanhã mudamos de casa (França, Bélgica, 2003)
Respiro (Itália,2002)
Billy Elliot (2000)
Nenhum a menos (China,1999)
Luna Papa (Alemanha, Japão, Áustria, Suíça, França, Rússia, 1999)
Ponette (França, 1996)
Cinema Paraíso (Itália, França, 1989)
Amanhã mudamos de casa (França, Bélgica, 2003)
Respiro (Itália,2002)
Billy Elliot (2000)
Nenhum a menos (China,1999)
Luna Papa (Alemanha, Japão, Áustria, Suíça, França, Rússia, 1999)
Ponette (França, 1996)
Cinema Paraíso (Itália, França, 1989)
da história da arte
Explorando mundos visíveis e invisíveis, estudar a história da arte é aprender e apreender novos olhares sobre a vida, as construções, o Homem, as religiões, os sentidos, a natureza, tudo! Aqui tudo é possível.
Symmetry No.20, M.C. Escher
Symmetry No.20, M.C. Escher
sábado, 22 de maio de 2004
A FITA VERMELHA
Eu tinha começado a ensinar. Era muito nova então. Quase tão nova como as meninas que eu ensinava. E tive um grande desgosto. Se recordar tudo quanto tenho vivido (já há mais de vinte anos que ensino), sei que foi o maior desgosto da minha vida de professora. Vida que muitas alegrias me tem dado. Mais alegrias que tristezas.
Se vos conto este desgosto tão grande, não é para vos entristecer. Mas para vos ajudar a compreender, como só então eu pude compreender, o valor da vida. O amor da vida. O valor de um gesto de amor. O seu «preço», que dinheiro algum consegue comprar.
Eu ensinava numa escola velha, escura. Cheia do barulho da rua, dos «eléctricos» que passavam pelas calhas metálicas. Dos carros que continuamente subiam e desciam a calçada. Até das carroças com os seus pacientes cavalos.
A escola era muito triste. Feia. Mas eu entrava nela, ou digo antas, em cada aula, e todo o sol estava lá dentro. Porque via aqueles rostos, trinta meninas, olhando para mim, esperando que as ensinasse.
O Quê? Português, francês. Hoje sei, acima de Tudo, o amor da vida.
Com toda a minha inexperiência. Com todos os meus erros. Porque um professor tem de aprender todos os dias. Tanto, quase tanto ou até muito mais que os alunos.
Mas, desde o primeiro dia, compreendi que teria nas alunas a maior ajuda. O sol, a claridade que faltava àquela escola de paredes tristes. A música estranha e bela que ia contrastar com os ruídos dos «eléctricos», dos automóveis da calçada onde ficava a escola. Até com o bater das patas dos cavalos que passavam de vez cm quando.
Porque, mais que português e francês, havia uma bela matéria a ensinar e a aprender. Foi nessa altura que comecei mesmo a aprender essa tal matéria ou disciplina – ou antes, a ter a consciência de que a aprendia.
Eu convivia com jovens (seis turmas de trinta alunas são perto de duzentas) que no princípio de Outubro me eram desconhecidas. Cada uma delas representava a folha de um longo livro que no princípio de Outubro me era desconhecido. Todas eram folhas de um longo livro por mim começado a conhecer. Não há ser humano que seja desconhecido de outro ser humano. Só é precisa a leitura.
Eu tinha agora ali perto de duzentas amigas. Todas aquelas meninas confiando em mim, esperando que as ensinasse; sorrindo, quando eu entrava, assim me ensinavam quanto lhes devia.
Mas um dia. Eu conto como aconteceu o pior. E conto-o hoje, a vós, jovens, que me podem julgar. Julgar-me sabendo este meu erro. E evitarem, assim, um erro semelhante para vós mesmos.
Já era quase Primavera. Na rua não havia árvores nem flores. Só os mesmos carros com o seu peso e a violência da sua velocidade. Gritos de vez em quando. Uma Primavera só no ar adivinhada.
Numa turma uma aluna faltava há dias. Era a Aurora.
Morena, de grandes olhos cheios de doçura. Talvez triste.
A Aurora estava doente. Num hospital da cidade, numa enfermaria. Num imenso hospital.
Olhei o retratinho dela na caderneta.
Retratinho de «passe», num sorriso de nevoeiro de uma modesta fotografia. Tão cheia de doçura a Aurora! Doente, do hospital tinha-me mandado saudades.
– Vou vê-la no próximo domingo – anunciei às companheiras.
E tencionava ir vê-la mesmo no próximo domingo.
Mas o próximo domingo foi cheio de sol. Sol do próprio astro, quente, luminoso. Igual e diferente, ao mesmo tempo, do sol-sorriso das meninas.
E eu, a professora, ainda jovem, que gostava do sol, fui passear. Ver mar? Campos verdes? Flores?
Já nem me lembro. E da Aurora me lembraria se a tivesse ido visitar.
Começava a Primavera.
Adiei a visita naquele próximo domingo, para outro dia, para outro próximo domingo.
Hoje sei que o amor dos outros se não adia.
Aurora esperou-me toda a tarde de domingo, na sua cama branca, de ferro.
Tinha posto uma fita vermelha a segurar os cabelos escuros. Esperava-me, esperava a minha visita, cuja promessa as companheiras lhe haviam transmitido.
Veio a família: mãe, pai, irmãos, amigos, as colegas.
– Estou à espera da professora...
No dia seguinte a doença foi mais poderosa que a sua juventude, a sua doçura, a sua esperança.
A cabeça escura, sem a fita vermelha, adormeceu-lhe profundamente na almofada, talvez incómoda, do hospital.
Sabemos todos já, amigos, que há vida e morte. Também isso temos de aprender.
Não fiquem tristes por isso. Vejam como as flores nascem quase transparentes da terra, como as podemos olhar à luz do Sol, e morrem, para de novo nascerem.
Lembrem-se como de um ovo de um pássaro podem sair asas que voem tão alto em dias de Primavera. T morrem, também, e todas as primaveras nascem de novo. E, sobretudo, lembrem-se do coração de cada um de nós, desta força imensa.
E não adiem os vossos gestos. Procurar alguém que sofra, que precise de nós, nem sequer é um gesto generoso, deve ser um gesto natural que se não adia.
Às vezes até precisamos uns dos outros para dizermos que estamos felizes, contentes. Só para isso. Mesmo felizes precisamos dos outros.
Aurora ensinou-me para sempre esta verdade.
As lágrimas que por ela chorei já não lhe deram aquela visita do próximo domingo.
Nem a mim a alegria de a encontrar sorrindo, cheia de doçura, com uma fita vermelha a prender os cabelos escuros. Vermelha de sangue, como a vida. O Sol. Flores vermelhas.
Aurora era o seu nome. E a sua vida uma manhã apenas que, na minha distracção ou egoísmo, não tive tempo de olhar. Uma manhã com uma fita vermelha. Que lágrima nenhuma pode reflectir.
Matilde Rosa Araújo
Eu tinha começado a ensinar. Era muito nova então. Quase tão nova como as meninas que eu ensinava. E tive um grande desgosto. Se recordar tudo quanto tenho vivido (já há mais de vinte anos que ensino), sei que foi o maior desgosto da minha vida de professora. Vida que muitas alegrias me tem dado. Mais alegrias que tristezas.
Se vos conto este desgosto tão grande, não é para vos entristecer. Mas para vos ajudar a compreender, como só então eu pude compreender, o valor da vida. O amor da vida. O valor de um gesto de amor. O seu «preço», que dinheiro algum consegue comprar.
Eu ensinava numa escola velha, escura. Cheia do barulho da rua, dos «eléctricos» que passavam pelas calhas metálicas. Dos carros que continuamente subiam e desciam a calçada. Até das carroças com os seus pacientes cavalos.
A escola era muito triste. Feia. Mas eu entrava nela, ou digo antas, em cada aula, e todo o sol estava lá dentro. Porque via aqueles rostos, trinta meninas, olhando para mim, esperando que as ensinasse.
O Quê? Português, francês. Hoje sei, acima de Tudo, o amor da vida.
Com toda a minha inexperiência. Com todos os meus erros. Porque um professor tem de aprender todos os dias. Tanto, quase tanto ou até muito mais que os alunos.
Mas, desde o primeiro dia, compreendi que teria nas alunas a maior ajuda. O sol, a claridade que faltava àquela escola de paredes tristes. A música estranha e bela que ia contrastar com os ruídos dos «eléctricos», dos automóveis da calçada onde ficava a escola. Até com o bater das patas dos cavalos que passavam de vez cm quando.
Porque, mais que português e francês, havia uma bela matéria a ensinar e a aprender. Foi nessa altura que comecei mesmo a aprender essa tal matéria ou disciplina – ou antes, a ter a consciência de que a aprendia.
Eu convivia com jovens (seis turmas de trinta alunas são perto de duzentas) que no princípio de Outubro me eram desconhecidas. Cada uma delas representava a folha de um longo livro que no princípio de Outubro me era desconhecido. Todas eram folhas de um longo livro por mim começado a conhecer. Não há ser humano que seja desconhecido de outro ser humano. Só é precisa a leitura.
Eu tinha agora ali perto de duzentas amigas. Todas aquelas meninas confiando em mim, esperando que as ensinasse; sorrindo, quando eu entrava, assim me ensinavam quanto lhes devia.
Mas um dia. Eu conto como aconteceu o pior. E conto-o hoje, a vós, jovens, que me podem julgar. Julgar-me sabendo este meu erro. E evitarem, assim, um erro semelhante para vós mesmos.
Já era quase Primavera. Na rua não havia árvores nem flores. Só os mesmos carros com o seu peso e a violência da sua velocidade. Gritos de vez em quando. Uma Primavera só no ar adivinhada.
Numa turma uma aluna faltava há dias. Era a Aurora.
Morena, de grandes olhos cheios de doçura. Talvez triste.
A Aurora estava doente. Num hospital da cidade, numa enfermaria. Num imenso hospital.
Olhei o retratinho dela na caderneta.
Retratinho de «passe», num sorriso de nevoeiro de uma modesta fotografia. Tão cheia de doçura a Aurora! Doente, do hospital tinha-me mandado saudades.
– Vou vê-la no próximo domingo – anunciei às companheiras.
E tencionava ir vê-la mesmo no próximo domingo.
Mas o próximo domingo foi cheio de sol. Sol do próprio astro, quente, luminoso. Igual e diferente, ao mesmo tempo, do sol-sorriso das meninas.
E eu, a professora, ainda jovem, que gostava do sol, fui passear. Ver mar? Campos verdes? Flores?
Já nem me lembro. E da Aurora me lembraria se a tivesse ido visitar.
Começava a Primavera.
Adiei a visita naquele próximo domingo, para outro dia, para outro próximo domingo.
Hoje sei que o amor dos outros se não adia.
Aurora esperou-me toda a tarde de domingo, na sua cama branca, de ferro.
Tinha posto uma fita vermelha a segurar os cabelos escuros. Esperava-me, esperava a minha visita, cuja promessa as companheiras lhe haviam transmitido.
Veio a família: mãe, pai, irmãos, amigos, as colegas.
– Estou à espera da professora...
No dia seguinte a doença foi mais poderosa que a sua juventude, a sua doçura, a sua esperança.
A cabeça escura, sem a fita vermelha, adormeceu-lhe profundamente na almofada, talvez incómoda, do hospital.
Sabemos todos já, amigos, que há vida e morte. Também isso temos de aprender.
Não fiquem tristes por isso. Vejam como as flores nascem quase transparentes da terra, como as podemos olhar à luz do Sol, e morrem, para de novo nascerem.
Lembrem-se como de um ovo de um pássaro podem sair asas que voem tão alto em dias de Primavera. T morrem, também, e todas as primaveras nascem de novo. E, sobretudo, lembrem-se do coração de cada um de nós, desta força imensa.
E não adiem os vossos gestos. Procurar alguém que sofra, que precise de nós, nem sequer é um gesto generoso, deve ser um gesto natural que se não adia.
Às vezes até precisamos uns dos outros para dizermos que estamos felizes, contentes. Só para isso. Mesmo felizes precisamos dos outros.
Aurora ensinou-me para sempre esta verdade.
As lágrimas que por ela chorei já não lhe deram aquela visita do próximo domingo.
Nem a mim a alegria de a encontrar sorrindo, cheia de doçura, com uma fita vermelha a prender os cabelos escuros. Vermelha de sangue, como a vida. O Sol. Flores vermelhas.
Aurora era o seu nome. E a sua vida uma manhã apenas que, na minha distracção ou egoísmo, não tive tempo de olhar. Uma manhã com uma fita vermelha. Que lágrima nenhuma pode reflectir.
Matilde Rosa Araújo
sexta-feira, 21 de maio de 2004
Clarinhas!!!!!!!!
A Clara Maria tá com um pé que só pode voltar a pisar o chão daqui a 8 dias :( deu um trambolhão com o entusiasmo de estar a caminho da primeira aula de condução e pronto. Canadianas, gelo e descanso. Por tudo isto não vou poder ir percorrer as maravilhosas ruas lisboetas esta noite, na maratona fotográfica :(
Espero que as Claras que vão se divirtam muito muito e estejam muito inspiradas para produzirem belas fotografias! E vejam lá não se percam...!
um beijo de quem vos quer bem
A Clara Maria tá com um pé que só pode voltar a pisar o chão daqui a 8 dias :( deu um trambolhão com o entusiasmo de estar a caminho da primeira aula de condução e pronto. Canadianas, gelo e descanso. Por tudo isto não vou poder ir percorrer as maravilhosas ruas lisboetas esta noite, na maratona fotográfica :(
Espero que as Claras que vão se divirtam muito muito e estejam muito inspiradas para produzirem belas fotografias! E vejam lá não se percam...!
um beijo de quem vos quer bem
jogo
encontrei um jogo mesmo altamente!!! daqueles que é para se ficar logo viciado...
jogo!
divirtam-se! ;)
jogo!
divirtam-se! ;)
quarta-feira, 19 de maio de 2004
segunda-feira, 17 de maio de 2004
Longe da vista mas perto do coração
Queria dizer-vos que estou com imensas saudades de estar com cada uma de vocês... que passado por aqui mas nunca tenho tempo para escrever nada. Hoje, mesmo com o cansaço nos olhos, depois de,um dia ao computador resolvi deixar uma mensagem só para vos dizer que vos tenho muito perto do meu coração!
Dentro d epoucos dias vou voltar a ter tempo para mais coisas incluíndo estra com vocês nas reuniões de equipa... depois conto-vos com pormenores...mas disse ao meu patrão que não queria continuar a trabalhar na revista! ufa que alívio! devo estra por lá a té ao fim do mês depois, vou voltar a procurar uma coisa melhor de curriculo e portfólio debaixo do braço!
beijinhos com soninho!
Dentro d epoucos dias vou voltar a ter tempo para mais coisas incluíndo estra com vocês nas reuniões de equipa... depois conto-vos com pormenores...mas disse ao meu patrão que não queria continuar a trabalhar na revista! ufa que alívio! devo estra por lá a té ao fim do mês depois, vou voltar a procurar uma coisa melhor de curriculo e portfólio debaixo do braço!
beijinhos com soninho!
domingo, 16 de maio de 2004
Uma foto!
©cat_letal 2004
ohhh!! tão querido este calvin... (:
Estive a semana toda a dizer que queria ir ao cinema na 6a... mas o pessoal ou não podia ou ia ver outro filme que não um que estivesse na minha lista de filmes a ver. Então, abandonadíssima em casa numa 6a à noite, consegui companhia para sair um bocadinho de casa!! fomos ver o "efeito borboleta" à sessão da meia noite. O filme era um bocadinho pesado, talvez violento... era do mesmo realizador do "memento", e a estória tinha alguns pontos em comum. Mas enfim, consegui não passar uma 6a à noite completamente alones! =)
Quero aproveitar para mandar um grande beijinho de melhoras para a minha joaninha, que está muito doentinha... espero que melhores depressa ;) tava a pensar ir fazer-te uma visita este fim-de-semana, mas as coisas ficaram um pouquinho complicadas... mas ainda vou tentar!
Eu e o Luís de Guimarães criámos um blog do SEBS, mas que tem tido pouca (ou nenhuma) saída... =/
Esta semana vai ser muito soft: só tenho testes de DGD e de ITI, que são básicos =)
Um grande beijinho para todas as claras em castelo, e para todas as clarinhas que andam escondidas aí pelo mundo fora, à espera de serem descobertas!
P.S.: hoje é a torcer pelo BENFIIIICAAAAAAAAAA!!! se o benfica ganhar a taça, amanha vou de cachecol!
Bacalhau espiritual
Passam-se pela máquina uma cebola grande e 5 cenouras grandes, levando posteriormente ao lume a alourar numa frigideira com um pouco de azeite, uma colher de sopa de tomate e uma de manteiga. Junta-se uma boa posta de bacalhau demolhado bem desfiado.
Á parte, arranja-se miolo de 4 pães de bico bem envolvidos em leite e bem desfeitos. Com o bacalhau já fora do lume, mistura-se com o miolo do pão.
Faz-se um creme com 1 litro de leite, 8 colheres mal cheias de farinha (sem fermento), 3 gemas de ovo, pimenta e 2 colheres de sopa de manteiga. Junta-se metade do creme com a mistura do bacalhau. Coloca-se num pirex untado com manteiga e cobre-se com o resto do creme. Polvilha-se com queijo parmesão e vai ao forno onde deve ficar no mínimo meia hora.
Á parte, arranja-se miolo de 4 pães de bico bem envolvidos em leite e bem desfeitos. Com o bacalhau já fora do lume, mistura-se com o miolo do pão.
Faz-se um creme com 1 litro de leite, 8 colheres mal cheias de farinha (sem fermento), 3 gemas de ovo, pimenta e 2 colheres de sopa de manteiga. Junta-se metade do creme com a mistura do bacalhau. Coloca-se num pirex untado com manteiga e cobre-se com o resto do creme. Polvilha-se com queijo parmesão e vai ao forno onde deve ficar no mínimo meia hora.
sexta-feira, 14 de maio de 2004
Monstra
Uma sugestão... amanhã, na Monstra, vai haver uma "maratona" de cinema de animação no cinema s.jorge, parece ser muito giro, se puderem vão. Eu fui ontem ver umas curtas metragens de alunos de escolas francesas.
Não percebi o teu teste, Rosinha...!? Mas nós gostamos das tuas divagações :)
Beijo a correr para a aula de história de arte................................
Não percebi o teu teste, Rosinha...!? Mas nós gostamos das tuas divagações :)
Beijo a correr para a aula de história de arte................................
quinta-feira, 13 de maio de 2004
não, não deu em nada...
paciência, ficamos assim!
paciência, ficamos assim!
teste
só para ver uma coisa...
é que o post da maria deu-me a volta à cabeça!!
tou a tentar por as coisas no lugar... =P
beipeijipinhospos
terça-feira, 11 de maio de 2004
A arte de não fazer nada
Quando fiz 18 anos ofereceram-me um livro, "A arte de não fazer nada", com uma pequena nota dizendo que ia ser um livro muito útil para a minha vida académica.
Sem dúvida.
Só de ler parágrafos como este da procrastinação deixa-me logo com dores de barriga de tanto rir...!
A arte da procrastinação
Procrastinar é inato.
(...)
Inicie a sua prática de procrastinação em casa. Aprenda a vaguear entre quatro paredes antes de se aventurar fora de portas. E como desacelerar envolve bastante ziguezaguear e saltar para cima e para baixo, veja se usa sapatos desportivos para obter tracção suficiente.
De início, escolha um projecto inocente, tal como escolher as revistas da pilha ao lado da cama. Pare para ler o último parágrafo de todos os artigos que lhe pareçam interessantes. Interrompa-se para olhar pela janela, bata almofadas, escreva no diário, ou escove os dentes.
Permita-se abandonar qualquer actividade a meio do dia. Receba com entusiasmo a vontade de verificar se o aspirador precisa de um saco novo. Não se procupe, provavelmente nunca chegará ao armário das vassouras. Algures no meio do corredor, irá perder o ineteresse. Dez minutos depois, dará por si a vasculhar a sua colecção de postais, à procura daquele que escreveu em Itália, mas que nunca mandou porque os correios entraram em greve... enquanto vai remexendo, a ideia de ter telefonemas por faze, cartões de agradecimentos por escrever, recados por entregar e dinheiro por ganhar vão provavelmente assombrá-lo. Enterre os calcanhares. Tire vantagem do efeiro anti-derrapante dos ténis para resistir à tentação de se despachar, virar-se e correr.
Uma hora de procrastinação é equivalente a uma hora de ginásio. (...)
Sem dúvida.
Só de ler parágrafos como este da procrastinação deixa-me logo com dores de barriga de tanto rir...!
A arte da procrastinação
Procrastinar é inato.
(...)
Inicie a sua prática de procrastinação em casa. Aprenda a vaguear entre quatro paredes antes de se aventurar fora de portas. E como desacelerar envolve bastante ziguezaguear e saltar para cima e para baixo, veja se usa sapatos desportivos para obter tracção suficiente.
De início, escolha um projecto inocente, tal como escolher as revistas da pilha ao lado da cama. Pare para ler o último parágrafo de todos os artigos que lhe pareçam interessantes. Interrompa-se para olhar pela janela, bata almofadas, escreva no diário, ou escove os dentes.
Permita-se abandonar qualquer actividade a meio do dia. Receba com entusiasmo a vontade de verificar se o aspirador precisa de um saco novo. Não se procupe, provavelmente nunca chegará ao armário das vassouras. Algures no meio do corredor, irá perder o ineteresse. Dez minutos depois, dará por si a vasculhar a sua colecção de postais, à procura daquele que escreveu em Itália, mas que nunca mandou porque os correios entraram em greve... enquanto vai remexendo, a ideia de ter telefonemas por faze, cartões de agradecimentos por escrever, recados por entregar e dinheiro por ganhar vão provavelmente assombrá-lo. Enterre os calcanhares. Tire vantagem do efeiro anti-derrapante dos ténis para resistir à tentação de se despachar, virar-se e correr.
Uma hora de procrastinação é equivalente a uma hora de ginásio. (...)
segunda-feira, 10 de maio de 2004
disponível para ser
Como te entendo maria, em relação ao teu espaço... vim para coimbra estes dias e o meu quarto passou a ser o da minha avó. De repente andava pela casa, com um colchão atrás, à procura de um espaço onde me sentisse bem para dormir. Na 1ª noite dormi na sala, ontem no quarto da minha irmã. Já não vinha cá há tanto tempo... Acho que me apercebi o quanto também me sinto dividida entre cá e lá... Já sinto o meu quarto de lisboa como o meu quarto, o de cá já deixou de o ser, é apenas um local de passagem... Mas por outro lado, esta é muito mais a minha casa do que a de lá. E é cá que está a família, apesar de neste momento de uma forma um pouco confusa...
O trabalho na escola é muito, e ter tomado a decisão de vir esta semana para cá implica perder uns quantos dias de trabalho... Parar nem sempre é fácil, principalmente quando já estávamos num ritmo bastante acelerado. Mas isto é muito importante também. Estar disponível para ser, para estar, para ajudar, para fazer, para gostar, para rir quando às vezes só apetece chorar... De vez em quando sinto que o meu mundo se está a descolar, perdem-se umas coisas, ganham-se outras...
Entretanto, esta cidade está a viver um momento mt importante do ano académico, a queima das fitas. Mas quem já está queimada desta palhaçada sou eu! Só bêbados por todo o lado, figuras tão tristes... Todos os anos passa-se qualquer coisa mesmo aqui à beira de casa. Ontem à noite, por volta da uma da manhã, um rapaz aí com os seus 18, 19 anos, completamente bêbado, começou uma discussão com umas raparigas q o tinham vindo por a casa, pq n queria ir, queria ficar sozinho etc. Entretanto, no meio da discussão pegou numa pedra enorme e atirou para a janela do meu vizinho de baixo. Partiu 3 vidros. Só berrava, estava completamente descontrolado. Passado um tempo estava aí a polícia e uma data de amigos dele a tentarem acalmá-lo, mas sem sucesso... Que tristeza...
Amanhã não vou estar aí para a reunião. Vou daqui a pouco p lx pq tenho uma aula amanhã de manhã à qual não posso mesmo faltar, mas depois volto logo. Reunam à mesma, partilhem as vossas preocupações, as vossas alegrias, os vossos projectos, marquem outra data para o undersmile,...
Desculpem às vezes ser uma animadora descuidada. Espero que corra tudo bem, depois escrevam aqui notícias para eu saber o que se passou.
Beijinho a dançar e a encher a barriga de riso!
(Coreia do Norte, Tom Haskells)
O trabalho na escola é muito, e ter tomado a decisão de vir esta semana para cá implica perder uns quantos dias de trabalho... Parar nem sempre é fácil, principalmente quando já estávamos num ritmo bastante acelerado. Mas isto é muito importante também. Estar disponível para ser, para estar, para ajudar, para fazer, para gostar, para rir quando às vezes só apetece chorar... De vez em quando sinto que o meu mundo se está a descolar, perdem-se umas coisas, ganham-se outras...
Entretanto, esta cidade está a viver um momento mt importante do ano académico, a queima das fitas. Mas quem já está queimada desta palhaçada sou eu! Só bêbados por todo o lado, figuras tão tristes... Todos os anos passa-se qualquer coisa mesmo aqui à beira de casa. Ontem à noite, por volta da uma da manhã, um rapaz aí com os seus 18, 19 anos, completamente bêbado, começou uma discussão com umas raparigas q o tinham vindo por a casa, pq n queria ir, queria ficar sozinho etc. Entretanto, no meio da discussão pegou numa pedra enorme e atirou para a janela do meu vizinho de baixo. Partiu 3 vidros. Só berrava, estava completamente descontrolado. Passado um tempo estava aí a polícia e uma data de amigos dele a tentarem acalmá-lo, mas sem sucesso... Que tristeza...
Amanhã não vou estar aí para a reunião. Vou daqui a pouco p lx pq tenho uma aula amanhã de manhã à qual não posso mesmo faltar, mas depois volto logo. Reunam à mesma, partilhem as vossas preocupações, as vossas alegrias, os vossos projectos, marquem outra data para o undersmile,...
Desculpem às vezes ser uma animadora descuidada. Espero que corra tudo bem, depois escrevam aqui notícias para eu saber o que se passou.
Beijinho a dançar e a encher a barriga de riso!
(Coreia do Norte, Tom Haskells)
domingo, 9 de maio de 2004
(:
sábado, 8 de maio de 2004
algumas conclusoes e uma novidade!
Clarinhas,
Este ano foi bastante complicado para mim. Mas axo k fui aprendendo umas coisas que parecem obvias mas que por isso mesmo sao mais complicadas. Ter confiança nas pessoas... Vi-me muitas vezes a chorar por sentir que os meus pais parecem cada vez mais longe, por nao me telefonarem a noite para me dar um beijinho. Percebi como e triste chegar a casa e nao ter o meu espacinho porque tinha sido usurpado pelos outros ou porque nem sequer era meu... Viver sempre dividida entre casa da caparica e casa dos avos, afinal qual e a minha casa?
Sou muito insegura e tenho sempre medo de perder as pessoas... afinal temos de saber que gostam de nos, mesmo que nao o digam de 5 em 5 minutos.
Sinto-me mais leve, axo k finalmente consegui ultrapassar isso tudo. No fundo acabamos por crescer um bocadinho a força, mas e bom...
Agora uma novidade: a minha irma vai ter um bebe!!! E eu estava a ouvir uma musica mesmo a proposito, sobre um parto... e das musicas mais bonitas que ja ouvi. (sergio godinho/cla: espalhem a noticia) tem mesmo de ouvir!
Um beijo de uma tia feliz...
Este ano foi bastante complicado para mim. Mas axo k fui aprendendo umas coisas que parecem obvias mas que por isso mesmo sao mais complicadas. Ter confiança nas pessoas... Vi-me muitas vezes a chorar por sentir que os meus pais parecem cada vez mais longe, por nao me telefonarem a noite para me dar um beijinho. Percebi como e triste chegar a casa e nao ter o meu espacinho porque tinha sido usurpado pelos outros ou porque nem sequer era meu... Viver sempre dividida entre casa da caparica e casa dos avos, afinal qual e a minha casa?
Sou muito insegura e tenho sempre medo de perder as pessoas... afinal temos de saber que gostam de nos, mesmo que nao o digam de 5 em 5 minutos.
Sinto-me mais leve, axo k finalmente consegui ultrapassar isso tudo. No fundo acabamos por crescer um bocadinho a força, mas e bom...
Agora uma novidade: a minha irma vai ter um bebe!!! E eu estava a ouvir uma musica mesmo a proposito, sobre um parto... e das musicas mais bonitas que ja ouvi. (sergio godinho/cla: espalhem a noticia) tem mesmo de ouvir!
Um beijo de uma tia feliz...
quinta-feira, 6 de maio de 2004
joana...
o que disseste sobre as músicas.... foi exactamente isso que se passou comigo, eu também deixei de cantar algumas assim mais "fanáticas da religião"... (desculpem o termo!). Até tive a comentar isso com a Catarina Leal... ela também disse o mesmo!
Quanto à Pinheira.... tipo...... ela é que não vem postar, pois eu já lhe enviei o convite pelo menos umas 8 vezes! =P
As melhoras para a Clara Joana, e boa sorte para quem vai ter testes!
beijinhos
o que disseste sobre as músicas.... foi exactamente isso que se passou comigo, eu também deixei de cantar algumas assim mais "fanáticas da religião"... (desculpem o termo!). Até tive a comentar isso com a Catarina Leal... ela também disse o mesmo!
Quanto à Pinheira.... tipo...... ela é que não vem postar, pois eu já lhe enviei o convite pelo menos umas 8 vezes! =P
As melhoras para a Clara Joana, e boa sorte para quem vai ter testes!
beijinhos
oi clarinhas!!!
É verdade Rosinha...parece mesmo que estamos a descurar no nosso blog....e ainda nos falta um membro!! A Joana Pinheiro nunca postou!! Fiquei com ciúmes da Rosinha,porque ela só diz que o encontro do fds foi excelente!! :D:D
Quanto ao problema que levantaste Rosinha...sabes que eu,por acaso,no último encontro a que fui, o ENSEBS, quando estavámos na Celebração,houve algumas que eu não cantei,que não acompanhei,precisamente porque parecia-me que estava a ser um pouco hipócrita ao falar de uma religião que não era a minha. É sempre complicado quando estamos no MCE tentar distinguir as coisas não é? MAs lá vamos conseguindo com pequenas mudanças aqui e ali. Continuo a ter a mesma opinião quanto à "minha religião", sinto-me feliz por poder compartilhar o que penso com os outros e poder compartilhar da religião dos outros. Por agora sinto-me, feliz. :) Gostei da nossa reunião de terça feira num sítio bastante exótico!!! :D vou estudar para o teste de psicologia de amanhã! Beijos para todas as clarinhas... :)***
É verdade Rosinha...parece mesmo que estamos a descurar no nosso blog....e ainda nos falta um membro!! A Joana Pinheiro nunca postou!! Fiquei com ciúmes da Rosinha,porque ela só diz que o encontro do fds foi excelente!! :D:D
Quanto ao problema que levantaste Rosinha...sabes que eu,por acaso,no último encontro a que fui, o ENSEBS, quando estavámos na Celebração,houve algumas que eu não cantei,que não acompanhei,precisamente porque parecia-me que estava a ser um pouco hipócrita ao falar de uma religião que não era a minha. É sempre complicado quando estamos no MCE tentar distinguir as coisas não é? MAs lá vamos conseguindo com pequenas mudanças aqui e ali. Continuo a ter a mesma opinião quanto à "minha religião", sinto-me feliz por poder compartilhar o que penso com os outros e poder compartilhar da religião dos outros. Por agora sinto-me, feliz. :) Gostei da nossa reunião de terça feira num sítio bastante exótico!!! :D vou estudar para o teste de psicologia de amanhã! Beijos para todas as clarinhas... :)***
terça-feira, 4 de maio de 2004
Então clarinhas?? que é feito deste blog? está a ser literalmente abandonado!! Não pode ser... começámos tão bem!
Este fim de semana estive no ENRs... aodrei!! falámos da dimensão do MCE a nível nacional, fizémos um balanço de como estava o MCE, pensámos nas novas temáticas, fizemos uma rectroespectiva do movimento, divertimos-nos, apanhámos sol, apanhámos frio, jogámos matrecos, conhecemos pessoas novas, pessoas interessantes, descobriu-se casalinhos, estivémos num ambiente familiar, enfim... foi muito bom =D
Durante a celebração estive a pensar seriamente em mim e no que faço eu no MCE... não sendo eu católica, porque estou num movimento católico? não tem a ver com os meus princípios... até enquanto se cantavam as músicas pensei na letra delas, e perguntei-me porque estava eu a cantar uma coisa que não me diz nada? eu até gosto de cantar!! até que ponto sou coerente com os meus valores? a sério, estive mesmo a pensar nisto...
O teste de química até me correu bem =)) acho que dá na boa para a positiva!
O de física é que já não posso dizer o mesmo... mas também, fi-lo mais na desportiva, pois já anulei a matrícula...
Por hoje é tudo... vou tentar voltar amanha (:
beijinhos,
Rosa Ruidosa
Este fim de semana estive no ENRs... aodrei!! falámos da dimensão do MCE a nível nacional, fizémos um balanço de como estava o MCE, pensámos nas novas temáticas, fizemos uma rectroespectiva do movimento, divertimos-nos, apanhámos sol, apanhámos frio, jogámos matrecos, conhecemos pessoas novas, pessoas interessantes, descobriu-se casalinhos, estivémos num ambiente familiar, enfim... foi muito bom =D
Durante a celebração estive a pensar seriamente em mim e no que faço eu no MCE... não sendo eu católica, porque estou num movimento católico? não tem a ver com os meus princípios... até enquanto se cantavam as músicas pensei na letra delas, e perguntei-me porque estava eu a cantar uma coisa que não me diz nada? eu até gosto de cantar!! até que ponto sou coerente com os meus valores? a sério, estive mesmo a pensar nisto...
O teste de química até me correu bem =)) acho que dá na boa para a positiva!
O de física é que já não posso dizer o mesmo... mas também, fi-lo mais na desportiva, pois já anulei a matrícula...
Por hoje é tudo... vou tentar voltar amanha (:
beijinhos,
Rosa Ruidosa
Para Nunca mais
Música: Ornatos Violeta
In: O Mosntro precisa de amigos
(1999)
Para ver
Para dar
Para estar
Para ter
Para ir
Pra ouvir
Pra sorrir e entrar
Para rir
Pra voltar a tentar
Pra sentir
E mudar
Pra voltar a cair
Para me levantar
Para nunca mais tentar
...mentir
Pra crescer
Para amar
Para ser
O lugar
Pra viver
E gostar
De gostar
De viver
Pra fugir
Pra mostrar
Pra dizer
Pra ter paz
Pra dormir
Pra fingir acordar
Para ser
Derramar
Para nunca mais tentar
...mentir
Música: Ornatos Violeta
In: O Mosntro precisa de amigos
(1999)
Para ver
Para dar
Para estar
Para ter
Para ir
Pra ouvir
Pra sorrir e entrar
Para rir
Pra voltar a tentar
Pra sentir
E mudar
Pra voltar a cair
Para me levantar
Para nunca mais tentar
...mentir
Pra crescer
Para amar
Para ser
O lugar
Pra viver
E gostar
De gostar
De viver
Pra fugir
Pra mostrar
Pra dizer
Pra ter paz
Pra dormir
Pra fingir acordar
Para ser
Derramar
Para nunca mais tentar
...mentir
